REGISTROS FOTÓGRAFICOS DA FAMÍLIA LIVERA

 

A foto acima é o registro mais antigo da família Livera em sua primeira linhagem no Brasil. Esse registro capta muito bem as condições da época em que Giuseppe Livera se encontrava em solo brasileiro. Não temos a data exata do registro, mas, pelo tamanho das crianças, podemos estimar que foi feito por volta de 1935, considerando que o filho mais novo aparenta ter cerca de 8 anos.

Provavelmente, esse registro foi feito no sítio da família Livera, na Chave da Taquara, no município de Cristais Paulista, SP. Giuseppe Livera e Maria Mantovan estão sentados, cada um em uma cadeira de madeira, vestindo trajes mais formais. Ela usa um vestido bordado branco e sapatilhas, enquanto ele está de calça, terno, gravata em tons beje e sapatos.

Atrás de Giuseppe está o filho mais velho, Arcangelo, vestido com calça e um blazer escuro, complementado por uma gravata. Seu cabelo volumoso está penteado para trás. Ao lado esquerdo de Arcangelo, encontra-se seu irmão Vitor, que usa um terno bege com gravata, também apresentando cabelo volumoso, penteado para o lado. À esquerda de Maria está seu caçula, Antônio, que, por sinal, era muito apegado à mãe, o que explica sua proximidade ao tirar a foto com ela. Ele veste um conjunto infantil composto por shorts e uma jaqueta em tons claros, além de sapatos, e tem cabelo raspado, uma prática comum entre as crianças daquela época. Ao lado de Antônio está seu irmão Pascoal, que usa um conjunto aparentemente menor para seu tamanho, composto por calça curta e jaqueta, também com cabelo raspado. À esquerda dele, seu irmão Pedro está vestido com um terno e gravata, também com cabelo raspado.

Nos fundos, temos alguns pés de café, um tipo de cultivo praticado pelos integrantes da família Livera, sendo um dos principais símbolos que conecta a família.


Registro de Antonio Livera com sua turma do grupo escolar. A professora Nair está presente, juntamente com os diretores da escola, em meados dos anos 40. Antônio é o menino da última fila, o primeiro do lado esquerdo. Ele estudou até a quarta série, era muito inteligente, sabia ler e escrever e tinha um bom domínio de cálculo matemático.

Igreja Senhor Bom Jesus da Lapa na região da Chave da Taquara

Nesta região, passava a linha de trem que atendia as fazendas de café cultivadas ali. Perto de um bambuzal, havia uma chave que desviava os trilhos para um lado ou para o outro, e esse lugar passou a ser conhecido como Chave da Taquara. Não havia uma estação na Chave da Taquara, apenas a chave que fazia a mudança dos trilhos. Os primeiros ocupantes dessa região foram os baianos, que construíram as primeiras residências ao redor. Cinco anos depois, chegaram os italianos, que também se alojaram nesta área. Com o tempo, a região se desenvolveu, ganhando uma escola e a igreja Senhor Bom Jesus da Lapa. No entanto, após o café deixar de ser a principal atividade da região, o lugar ficou sem grandes investimentos em infraestrutura, mantendo suas características ao longo do tempo.

Escola antiga na região da Chave da Taquara


Registro de 2015 da antiga escola onde alguns filhos de Giuseppe Livera estudaram, na Chave da Taquara. A edificação apresenta-se em condições de abandono, deteriorando-se, sem previsão de ser restaurada e preservada como patrimônio histórico da cidade.

Residência antiga dos Livera no sítio

Esta é a residência onde os Liveras moraram e passaram boa parte de suas vidas em seu sítio na Chave da Taquara. Tive a oportunidade de visitar o antigo sítio de Giuseppe na companhia do meu avô Antônio Livera, da minha tia Maria do Carmo e do meu pai. Meu avô relatou que a casa foi preservada, mantendo suas características ao longo do tempo, como as janelas de madeira e o telhado de quatro águas. 

Giuseppe Livera

Este registro fotográfico é a prova viva de que o italiano Giuseppe Livera era bonito e charmoso. Ele tinha cabelo castanho, olhos claros e um tom de pele mais próximo do pardo. Teve um derrame ocular, o que o deixou cego de um olho. Gostava de usar um bigode e tinha cabelo volumoso, sempre penteado para trás. Em certo momento, desenvolveu catarata em um dos olhos. Durante minhas visitas a Cristais Paulista, era comum ouvir das mulheres que conviveram com meu avô relatos sobre a beleza dos filhos de Giuseppe na juventude. Na época, eles foram apelidados de 'calabrês,' provavelmente uma referência a quem nasceu na Itália. Mesmo sabendo que naquela época não havia produtos estéticos como hoje, Giuseppe conseguiu preservar sua beleza ao longo do tempo, apesar de enfrentar o sol nas suas atividades na lavoura de café enquanto envelhecia.


Arcângelo Livera

Arcângelo, o primogênito, é o filho que mais se parece com Giuseppe. Além de ter herdado os traços do pai, isso nos dá uma ideia de como era Giuseppe na juventude. Uma característica marcante que todos os filhos herdaram foram as orelhas de abano.

Pedro Livera

Pedro, o terceiro filho, também se parecia muito com Giuseppe, especialmente no modo de pentear o cabelo e no bigode, características presentes em seu pai.


Antonio Livera

Para comprovar a beleza de seus filhos, Antonio tinha os olhos azuis e cabelo castanho claro, apresentando traços mesclados de seu pai e de sua mãe. Era um dos filhos que esbanjava charme por onde passava. Para os mais antigos, era conhecido como calabrês, fama que herdou por sua beleza na juventude.

Tio Pascoal e Tia Ninica

Esta fotografia de Pascoal Livera e Maria Aparecida Molina foi tirada no dia do seu casamento, em 1952. Ao observar as mãos de Pascoal, notamos que estavam bem calejadas, evidenciando o trabalho árduo que ele realizou ao longo da vida. O sorriso estampado no rosto dos dois demonstra a felicidade desse momento de se casarem e iniciarem uma nova jornada em suas vidas, construindo sua família.

Maria Aparecida era uma pessoa muito trabalhadora, alegre e engraçada. Após sua aposentadoria, continuou trabalhando com a torragem de café, acordando cedo, colocando lenha no forno para torrar o café, e depois moendo os grãos torrados no supermercado Bastinini. Ela foi a última a manter essa atividade. Por onde passava, esbanjava simpatia, sendo uma das pessoas mais carismáticas que conheci, sempre disposta a deixar o ambiente agradável com relatos do seu cotidiano e piadas.


A residência que Giuseppe adquiriu após vender seu sítio era de propriedade da família dos Branquinhos. Antes da aquisição pelos Branquinhos, o local funcionou como uma pensão, administrada pela Dona Genara, desde de 1917. Pela configuração da planta, podemos deduzir que os cômodos da frente eram os quartos da pensão, e o corredor conectava linearmente os ambientes. O acesso principal da casa se dava pela parte da frente, voltada para a rua. No final do corredor, encontrava-se a sala de jantar, enquanto na lateral havia uma área destinada ao banheiro, que contava com uma banheira para os hóspedes. No fundo da casa, localizava-se a cozinha, equipada com um fogão a lenha.

Vista da fachada do casarão de 1917 da familia dos Livera - 2022 (acervo pessoal)

Vista do corredor (acervo pessoal)

Quarto do Antonio Livera e Antonia Garcia (acervo pessoal)

Quarto que perteceu ao Giuseppe Livera e Maria Mantovan (acervo pessoal)


Quarto dos filhos de Antonio Livera e Antonia Garcia (acervo pessoal)


Cantinho da Costura da Antonia Garcia (acervo pessoal)


Detalhes decorativos da casa e famoso refrigerante de maça (acervo pessoal)
 

Antesala (acervo pessoal)


Cozinha (acervo pessoal)

Sala de estar (acervo pessoal)
Parreal de uva que Giuseppe Livera plantou (acervo pessoal)







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